8 de setembro de 2014

INGESTÃO EXCESSIVA DE PROTEÍNA PODE SER PREJUDICIAL?

Boa tarde meus amigos!

Trago-vos mais um tema que deve ser do interesse de todos, e tem que ser urgentemente desmitificado: Será que a ingestão de proteína excessiva, ou seja, mais de 2g por cada kg, irá contribuir para o mau funcionamento dos nossos rins e figado?

Para contrariar esta ideia, deixo-vos uma revisão publicada no "The Journal of the International Society of Sports Nutrition", que indica um estudo onde foram investigados vários bodybuilders com ingestão proteica alta (1). Os dados revelaram que apesar da alta concentração de ureia e cálcio no sangue, os  níveis de creatinina, ureia e albumina encontravam-se dentro do normal. Nesse mesmo estudo, foi criado outro trabalho que acompanhou mulheres com função renal normal e uma ingestão proteica aumentada durante 11 anos. O resultado? «Embora a restrição de proteína pode ser apropriado para o tratamento de doença renal existente, não encontramos nenhuma evidência significativa para um efeito negativo de um elevado consumo de proteína sobre a função renal em pessoas saudáveis, após séculos de uma dieta ocidental rica em proteínas.»
No que considera ao fígado, a revisão reuniu trabalhos que afirmam que não existem evidências cientificas de que a dieta hiperproteica leva a lesão hepatócito (célula hepática), mostrando mesmo que uma dieta mais proteica pode ser até benéfica, uma vez que a proteína é necessário não só no reparo do tecido hepático, como também para fornecer agentes lipotrópicos, como a metionina e colina, que irão auxiliar na remoção da gordura no fígado.


O nutricionista Peres, Rodrigo (2013), lança um artigo (2) que afirma a existência de vários estudos desta temática, conclusivos do mesmo resultado:


1. «Em 1999, um estudo tendo como objetivo observar a existência de danos renais em indivíduos obesos com uma ingestão elevada de proteínas, Skov e colaboradores não encontraram indicações de efeitos adversos na função renal.»



2. «Em 2000, Poortmans e Dellalieux, em outro importante estudo, concluíram após investigarbodybuilders e outros atletas bem treinados ingerindo até 2,8 gramas de proteína por quilo de peso, que não existe correlação entre uma ingestão proteica elevada e dano renal.» 



3. «Em 2003, Knight e colaboradores publicaram um clássico estudo que avaliou 1624 mulheres ingerindo uma dieta hiper-proteica e sua relação com a função renal. Nenhuma associação entre a ingestão hiper-proteica e decréscimo na função renal foi constatada. Por outro lado, mulheres que iniciaram o trabalho com um ameno decréscimo nas funções renais, apresentaram piora com o aumento na ingestão proteica.» 


4. «Martin; Armstrong e Rodriguez (2005) relatam, após extenso trabalho de revisão bibliográfica, que apesar de dietas com restrição proteica serem apropriadas para tratamentos de desordens renais, não existem evidências significativas para afirmar que uma ingestão elevada de proteínas está relacionada diretamente com prejuízo para a saúde renal. O fato da restrição proteica ser uma das principais medidas no tratamento dietoterápico em pacientes acometidos de patologias renais, não pode ser estendido para pessoas saudáveis.»


O mesmo autor, encerra o tema da seguinte forma: «Após analisar esses estudos podemos concluir, portanto, que uma ingestão proteica um pouco acima das atuais recomendações para praticantes de musculação (aproximadamente dois gramas/kg) não está relacionada a complicações renais em indivíduos saudáveis. No entanto, antes de acrescentar mais medidas de whey protein em seu shake, devemos analisar se existe demanda para esta ingestão, pois uma ingestão desnecessária de proteínas pode inclusive proporcionar acúmulo de gordura corporal. Resumindo, uma alimentação rica em carboidratos e gorduras associada à inatividade física pode ser muito mais maléfica à saúde renal do que uma ingestão proteica um pouco acima do recomendado, visto que a obesidade, a hipertensão arterial e diabetes, são conhecidos fatores de risco para doença renal crônica. A ingestão proteica ideal irá depender de diversas características individuais e da fase de treinamento em que o indivíduo se encontra. Portanto, consulte sempre um nutricionista esportivo experiente

Chega de pensamentos absurdos e baboseiras sem evidências cientificas! 

Fonte: Adaptado de http://www.waldemarguimaraes.com.br/2009/11/03/artigo-89/

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