1 de janeiro de 2014

OS MÚSCULOS DOS FUMADORES ESGOTAM-SE MAIS RAPIDAMENTE!


Ora viva!

Antes de mais, quero fazer um pedido de desculpas por ter demorado, mais do que o normal, a publicar novos artigos, no entanto, acho que o meu computador ficou ao frio e decidiu "gripar"!

Por outro lado, apresento dois artigos de Ribeiro, F. (2012), um ao qual afirma que os músculos dos fumadores fadigam-se mais facilmente mas sem explicar os seus motivos concretos e outro, que evidencia claramente o porquê desta fadiga, e inclusive redução da massa muscular dos fumadores. 

Trata-se de uma publicação para todos, não só para quem é fumador, pois quem frequenta locais públicos fechados, também fica vulnerável a inalar fumo! 

Vale a pena perderem um tempinho... Bom fim de semana!




➫ Artigo 1


"Os músculos dos fumadores fadigam-se muito mais rapidamente do que os dos não-fumadores, independentemente do número de cigarros que fume por dia ou do período de tempo em que já fuma.
Na sua tese de doutoramento, Rob Wüst concluiu que o fumo tem um efeito imediato sobre os músculos, possivelmente como resultado da redução do fornecimento de oxigénio e deficiência de oxigénio no músculo devido às substâncias presentes no fumo do cigarro. Ele estudou como podem ocorrer as mudanças nos músculos esqueléticos em resultado do acto de fumar e obteve o seu doutorado para este trabalho em 9 de Abril de 2009.
Wüst usou fumadores e não fumadores com funções pulmonares normais como suas cobaias. Ele estimulou os músculos da perna superior dos seus voluntários, fazendo com que estes músculos se contraíssem de forma regular. Isto permitiu-lhe ver o que acontece com os músculos sem ter que ter em conta alguma diferença na motivação.
Parecia que os músculos dos fumadores cansavam-se muito mais cedo do que os dos não-fumadores, independentemente do número de cigarros fumados o assunto por dia ou o período de tempo em que ele ou ela já fumavam. Por conseguinte, parece que o tabagismo tem um efeito imediato sobre os músculos, possivelmente reduzindo o fornecimento ou utilização de oxigénio, devido a substâncias presentes no fumo do cigarro.
Se é este o caso, não só é importante que os fumadores parem de fumar para prevenir o agravamento de problemas pulmonares durante a insuficiência pulmonar crónica (DPOC) – uma doença que se está a tornar cada vez mais frequente na Holanda -, como também porque pode contribuir para a melhoria rápida da capacidade de exercício desses pacientes."

➫ Artigo 2

"Investigadores da Universidade de Nottingham, têm más notícias para os fumadores. O tabaco não só causa cancro, ataques cardíacos e AVC´s, como os fumadores também irão perder mais massa muscular na velhice do que um não fumador.
Este efeito predispõe os fumadores a um declínio acelerado da função física e a uma perda de independência.
As várias investigações anteriores já tinham estabelecido que os fumadores tendem a ter menos massa muscular do que os não fumadores, mas ninguém foi capaz de explicar o porquê. Agora, Michael Rennie, professor de Clínica, Fisiologia e Dr. Philip Atherton, um investigador, ambos da “University’s School of Graduate Entry Medicine and Health”em Derby, que, com colaboradores na Dinamarca e nos EUA, descobriram que fumar prejudica a manutenção diária do sistema músculo-esquelético.
As suas investigações demonstram que o tabaco é susceptível de acelerar uma condição conhecida como sarcopénia – a perda de massa muscular com o envelhecimento que está associada à falta de equilíbrio, velocidade da marcha, quedas e fracturas. Neste estudo, que foi parcialmente financiado pelo “Biotechnology and Biological Sciences Research Council” participaram 16 pessoas.
Os homens e mulheres nos meados dos seus sessenta anos, foram seleccionados devido a seus estilos de vida semelhantes em termos de consumo de álcool e actividade física. Eram todos considerados saudáveis, sem sintomas de doença pulmonar. Foram estudados em dois grupos idênticos: fumadores intensivos, que tinham fumado pelo menos um maço de 20 cigarros por dia durante pelo menos 20 anos, e não fumadores.
Para medir a síntese de proteína muscular, eles receberam uma infusão intravenosa de sangue com um aminoácido “marcado” (um dos blocos de construção das proteínas). Foram retiradas amostras de músculo das suas coxas, antes e após a infusão, para verificarem a quantidade que havia sido retida na proteína muscular. Isto serviu para medir a taxa de síntese de proteína muscular, que contribui para a manutenção diária da massa muscular.
Os investigadores descobriram que essa taxa estava substancialmente mais reduzida em fumadores do que nos não fumadores. Durante os estudos extensos, realizados em colaboração com a Universidade de Washington, St Louis e da Universidade de Copenhaga, o professor Rennie e o Dr. Atherton e descobriram que a quantidade de miostatina, um inibidor do crescimento muscular e a enzima MAFbx, que degrada as proteínas musculares, encontravam-se a níveis mais elevados nos fumadores do que nos não fumadores.
O dr. Philip Atherton afirmou: A partir dos nossos testes, podemos concluir que o tabagismo diminui a síntese de proteína da maquinaria muscular – provavelmente prejudicando a manutenção muscular do dia-a-dia. Estamos todos bem cientes do mal que o tabaco causa nos pulmões, mas o nosso estudo revela ainda uma outra série de problemas de saúde associados ao tabagismo.
Esperemos que a proibição de fumar no Reino Unido e noutros países venha a incentivar as pessoas a parar de fumar enquanto ainda são jovens, ajudando-os a manterem-se saudáveis durante a vida adulta.
A sua investigação foi apresentada pelo Dr. Atherton em “Life Sciences 2007”. Esta é a primeira reunião conjunta da “Biochemical Society”, da “British Pharmacological Society e da Physiological Society”. O evento teve lugar em Glasgow, a 12 de Julho de 2007. O artigo completo que descreve o seu trabalho foi publicado on-line no “American Journal of Physiology”."


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