1 de janeiro de 2014

ÁCIDO LÁCTICO: O BOM, O MAU, E O VILÃO.

Quem costuma treinar de forma intensa, certamente já lhe aconteceu variadas vezes. No entanto, muitos de vocês pensam que toda aquela sensação de ardor e fadiga que sentimos após um exercício intenso se deve ao ácido láctico. Mas não… Na realidade, se não fosse pelo ácido láctico, não seríamos capazes de continuar o exercício ou o treino, já que é ele que permite aumentar o nosso período de trabalho e diminuir a acidez muscular. Mas afinal, o que é o ácido láctico? 




O ácido láctico é considerado um sub-produto orgânico do metabolismo anaeróbio – ou glicolítco – derivado do piruvato que, por sua vez, faz parte da degradação da molécula de glucose, através da glicólise (lise=divisão), que decorre no citoplasma de todas as células.

Ou seja, em termos simples, a glicose divide-se em piruvato e o piruvato dá origem ao ácido láctico durante um exercício de maior intensidade. O ácido láctico libertado dos músculos pode ainda ser convertido em glucose no fígado através da neoglucogénese (criação de nova glucose). A este processo de conversão de ácido láctico em glucose no fígado e de glucose novamente em ácido láctico dá-se o nome de Ciclo de Cori ou Ciclo do ácido láctico, e é considerado uma valiosa fonte de energia química através da oxidação do lactato no fígado.
Um dos benefícios do ácido láctico é o rejuvenescimento. Investigadores têm conseguido demonstrar que o ácido láctico ao circular no sangue comporta-se como um composto que estimula a libertação de testosterona e hormona do crescimento, duas poderosas hormonas que em quantidades maiores tornam o nosso corpo mais forte, mais jovem, e mais funcional para grande parte das atividades diárias da nossa vida.
Como senão bastasse, o ácido láctico também estimula as células musculares a aumentar o número de mitocôndrias, provocando energia para todas as unidades celulares. Assim, o corpo fica mais apto para produzir mais energia e para suportar um maior número de funções corporais.

Todavia, para se conseguir estes benefícios é importante que o exercício seja intenso, pois é esta variável que vai determinar os melhores resultados. O treino aeróbio de intensidade moderada, como por exemplo o jogging, ou mesmo longa caminhadas na rua ou na passadeira não é a melhor forma de rentabilizar este fenómeno.
Como tópico final, quem quiser beneficiar ao máximo dos efeitos do ácido lático, treine de forma intensa (preferencialmente com volume de treino curto, e incluindo movimentos compostos utilizando o peso do próprio corpo). Esta é a forma mais eficaz para induzir adaptações positivas no seu corpo, e maximizar uma resposta hormonal favorável ao crescimento muscular, à regeneração das células e tecidos e também à perda de massa gorda. 

Referências:
McARDLEW. D. et al. Fisiologia do Exercício –Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 4ª ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1998.
Wilmore, J. & Costill, D., Fisiologia do exporte e do exercício, São Paulo, Editora Manole, 2001.
Manual Precision Nutrition (2012). The Essentials of Sport and Exercise Nutrition.

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